Título: Ataques à autonomia do BC argentino são constantes
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/01/2010, Internacional, p. A10
O Banco Central da Argentina ganhou autonomia em 1992. No entanto, nos últimos anos, sua liberdade foi atacada várias vezes pela presidência do país. Nesse período, o BC teve sete presidentes, incluindo o atual, Martín Redrado - uma média de dois presidentes a cada dois anos.
O primeiro grande ataque à autonomia foi em abril de 2001, quando o presidente Fernando de la Rúa (1999-2001) demitiu o presidente do banco, Pedro Pou. Em meio à crescente crise econômica, De la Rúa acusou Pou de negligência no combate à lavagem de dinheiro e de desconhecimento do alcance de suas funções como policial do sistema financeiro.
Em 2002, seu sucessor, Roque Maccarone, foi pressionado por Eduardo Duhalde (2002-2003) a deixar o cargo por causa de divergências entre o governo e o BC a respeito do "corralito" - confisco bancário que agravou a crise naquele ano.
Alfonso Prat-Gay (2002-2004) ficou dois anos no cargo. Ele não aceitou um novo mandato por discordâncias de Néstor Kirchner sobre a independência do BC. Ele foi sucedido por Martín Redrado. Desde sua criação, em 1935, o banco teve 54 presidentes - média de um a cada 16 meses.