Título: Vice rompeu com Kirchners ao vetar tarifaço
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/01/2010, Internacional, p. A12
Pacato, o vice-presidente argentino, Julio Cobos, era considerado o parceiro ideal para a chapa de Cristina Kirchner em 2007, quando o então presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina, preparava sua sucessão presidencial. Na época, Cobos rompeu com seu partido, o opositor União Cívica Radical (UCR), para entrar na chapa governista. Ele e seus aliados foram batizados de "Radicais-K".
Mas a parceria durou só oito meses. Cobos começou a divergir da política econômica dos Kirchners e, em 2008, como presidente do Senado, usou seu voto de Minerva para derrubar o impopular projeto do "tarifaço agrário", contra o qual se revoltaram ruralistas e a classe média. Seu voto o transformou numa figura popular, mas os Kirchners o acusaram de traição. Cristina não fala com ele há um ano e meio.
Cobos nasceu em Mendoza e formou-se em Engenharia Civil. Em 1978, quando a Argentina quase entrou em guerra com o Chile pela disputa do Canal de Beagle, foi designado tenente. Ele só entrou para a política em 1991, quando se filiou à UCR. Em 2003, foi eleito governador. Cobos define-se como progressista-liberal e prefere a busca do consenso em vez do estilo de confronto dos Kirchners.