Título: Até o BC e o Copom estão otimistas
Autor: Tamer, Alberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/12/2009, Economia, p. B17

O Banco Central está otimista com o desempenho da economia brasileira. É raro, pois ele e o Copom são sempre meio ranzinzas. Olha o risco aqui, olha ali. Cuidado com a inflação futura, mesmo quando a atual recua. Faz parte do ofício que estão desempenhando bem. Mas agora há mais distensão em Brasília, estão vendo mais fatos positivos e menos ameaças para 2010.

A economia deve crescer 3,3%, estima o BC, sem pressão inflacionária em curto prazo, pois há ainda capacidade ociosa a ser utilizada na indústria; o superávit comercial deve recuar de US$ 25 bilhões para US$ 11 bilhões, provocando um déficit em conta corrente (compromissos com o exterior) de US$ 40 bilhões. Não é pouco, melhor, é muito. Mas o que poderia ser grave, para o BC não é. Os investimentos externos diretos, que neste ano ficaram em apenas US$ 25 bilhões, a maior parte concentrada nos últimos meses, devem passar para US$ 35 bilhões. É o que indicam planos e projetos das empresas. São recursos destinados à produção que vai atender a demanda interna e as exportações.