Título: CPI contra Yeda chega ao fim com 2 relatórios
Autor: Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/12/2009, Nacional, p. A11

A CPI que investigou atos de corrupção de empresários e agentes políticos do Rio Grande do Sul chegou ontem ao fim com dois relatórios. O oficial, que seria aprovado à noite pela base aliada da governadora Yeda Crusius (PSDB), majoritária na comissão, não apontou irregularidades. O paralelo, elaborado como voto em separado pela oposição, afirmou que um esquema montado por empresários com cobertura de políticos direcionava licitações, superfaturava obras e serviços, tinha tentáculos em diferentes órgãos da administração pública e distribuía propinas a agentes públicos.

A aprovação do relatório oficial acabou com mais um foco de preocupações do governo gaúcho, acossado por uma série de acusações em 2009. Antes da CPI, os aliados também haviam livrado Yeda de processo de impeachment na Assembleia, votando em bloco pela rejeição da tramitação, em outubro.

Ao mesmo tempo, o Tribunal Regional Federal afastou a governadora da condição de ré de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal. O TRF entendeu que a Justiça Federal não é o foro adequado para julgamento de chefes do Executivo.

O relatório paralelo, elaborado pela oposição para ser transformado em representação ao Ministério Público, apontou 32 pessoas como conhecedoras ou participantes de irregularidades que teriam desviado R$ 44 milhões do Detran gaúcho e mais de R$ 300 milhões de diversas obras e serviços investigados pela Polícia Federal na Operação Solidária.

O advogado de Yeda, Fabio Medina Osório, disse que não há nada de concreto que justifique o "indiciamento" de sua cliente no relatório paralelo. "É estratégia midiática de natureza política", afirmou.