Título: TJ nega a deputado da meia recurso para manter cargo
Autor: Mendes, Vannildo
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2010, Nacional, p. A7
BRASÍLIA A tentativa do deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido) de permanecer na presidência da Câmara Distrital foi barrada ontem. O presidente do Tribunal de Justiça do DF, Níveo Gonçalves, rejeitou recurso apresentado pela Procuradoria da Câmara que tentou sustentar Prudente no cargo.
Flagrado em vídeo colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Prudente e outros nove deputados são investigados pela Operação Caixa de Pandora, da PF. Segundo o inquérito, o governador José Roberto Arruda (sem partido) seria o chefe do esquema de corrupção, que ficou conhecido como "mensalão do DEM".
Antes mesmo de a Câmara Legislativa ter sido comunicada sobre a decisão do juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda do TJ, para afastar Prudente do comando da Casa, a procuradoria apresentou o recurso ao tribunal argumentando que o despacho do magistrado violava a ordem pública. Na avaliação da procuradoria, o afastamento do deputado só poderia ser determinado pelo plenário da Câmara, e não pelo juiz de primeira instância.
Deputados da oposição avaliam que o retorno de Prudente à presidência da Câmara foi armado com o governador Arruda. Isso porque, sem enfrentar as urnas a curto prazo, poderia arcar com o ônus político de manobrar a favor do governador durante as investigações do caso.
Afastado da presidência, Prudente deixará o comando da Casa nas mãos de Cabo Patrício (PT). Se renunciasse, haveria novas eleições.
Ontem, quando seria informado pela Justiça que terá de deixar a presidência, Prudente não estava em Brasília. Os advogados do deputado só devem recorrer após o aviso formal da Justiça.