Título: Metas para a área não devem ser alcançadas
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2010, Vida&, p. A16

Dez anos depois de líderes mundiais terem se reunido em Dacar, no Senegal, para traçar metas para melhorar o acesso à educação, o mundo avançou, mas não como deveria. Com o prazo de 15 anos se esgotando, o relatório de 2010 do programa Educação para Todos, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), aponta que dificilmente os objetivos serão alcançados e, mesmo onde isso pode ocorrer, os números escondem uma população que fica marginalizada em qualquer política pública.

Dados atuais mostram que 72 milhões de crianças no mundo estão fora da escola. No ritmo atual, serão 56 milhões em 2015, e não há indícios de que isso será acelerado nos próximos anos. O analfabetismo atinge 759 milhões de pessoas e a perspectiva é que diminua para 710 milhões nos próximos 15 anos.

O relatório também cita outro problema: os adolescentes que não estudam. "Quase 71 milhões no mundo estavam fora da escola em 2007", diz o relatório.

Dos 128 países para os quais a Unesco obteve dados para esse relatório, 62 devem atingir as metas. Outros 36, entre eles o Brasil, estão a caminho, mas têm resultados mistos, com problemas especialmente no analfabetismo e na qualidade do ensino. Trinta estão longe das metas e até regridem, como a República Dominicana e a Venezuela.