Título: Ministra inicia maratona política logo em janeiro
Autor: Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/12/2009, Nacional, p. A4
A partir da 2.ª quinzena, ela viajará todo fim de semana para ajustar palanques nos Estados
No aquecimento para o 4º Congresso do PT, que em fevereiro homologará sua candidatura à Presidência e as diretrizes do programa de governo, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vai viajar todo fim de semana, a partir da segunda quinzena de janeiro, quando voltar de férias. A maratona servirá não apenas para aproximar a candidata do PT de seu partido como para ajudar a resolver pendências na montagem de palanques com o PMDB nos Estados.
O roteiro preparado pelo comando da campanha de Dilma prevê encontros com dirigentes do PT e políticos de outras siglas da base aliada nas noites de sexta-feira, após o expediente de trabalho. Aos sábados, a ideia é promover reuniões com governadores, empresários, representantes de movimentos sociais e de sindicatos.
Marcado para ocorrer de 18 a 21 de fevereiro, em Brasília, o Congresso do PT também aprovará a política de alianças que vai sustentar a candidatura de Dilma e a tática eleitoral, mas a ministra só deixará o cargo no fim de março ou início de abril.
É nesse megaencontro que a primeira versão da plataforma de governo passará pelo crivo dos petistas. "O nosso programa final só aparecerá com a candidata, em julho", disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que integra a comissão encarregada de definir os principais eixos do documento. "Não vamos antecipar nada porque existe muita pirataria política."
As diretrizes petistas, porém, sempre norteiam o programa. Foi assim em todas as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva. Em dezembro de 2001, o PT chegou a aprovar um texto intitulado A ruptura necessária, revogado depois pelo próprio partido para não assustar o mercado financeiro.
Na campanha de Lula contra o mesmo José Serra, a "ruptura" não só foi aposentada como, em junho de 2002, o PT lançou a Carta ao Povo Brasileiro, na qual prometia respeito aos contratos e aos fundamentos da política econômica.
A disputa de agora contra Serra não é considerada um "passeio" pelo governo, como alguns petistas querem fazer crer. Nos bastidores do Palácio do Planalto, o comentário é que a eleição de 2010 será "dura e sanguinolenta".