Título: OAB contesta a pressão feita por militares
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Fonte: O Estado de São Paulo, 31/12/2009, Nacional, p. A5
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, criticou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes militares por serem contra a criação da Comissão da Verdade, dentro do Plano Nacional de Direitos Humanos, para investigar tortura e arquivos do período da ditadura militar (1964-1985). "Um País que se acovarda diante de sua história não pode ser levado a sério. O direito à verdade e à memória garantido pela Constituição não pode ser revogado por pressões ocultas ou daqueles que estão comprometidos com o passado que não se quer ver revelado", afirmou Britto, em nota.
A OAB defende no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal Militar (STM) ações reivindicando a abertura dos arquivos da ditadura e a punição aos torturadores. "O Brasil não pode se acovardar e querer esconder a verdade. Anistia não é amnésia. É preciso conhecer a história para corrigir erros e ressaltar acertos", disse. "O povo que não conhece seu passado, certamente pode voltar a viver tempos tenebrosos e de triste memória como tempos idos e não muito distantes."