Título: Vítimas de traficante foram esquartejadas
Autor: Magnabosco, André
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2010, Economia, p. B12

Arturo Beltrán Leyva nasceu em 21 de setembro de 1961 no povoado de Tameapa, no Estado de Sinaloa, no México, e passou grande parte de sua vida no crime organizado. Ele era considerado o culpado pelo assassinato de dezenas de pessoas, muitas das quais tiveram seus corpos brutalmente esquartejados. Sua carreira criminosa começou na cidade de Badiraguato, onde teceu alianças com outros traficantes poderosos como Joaquín "El Chapo" Guzmán, Ignacio "Nacho" Coronel e Ismael "El Mayo" Zambada - todos eles viriam a ser inimigos de Beltrán Leyva no futuro.

Filho mais velho de cinco irmãos, Beltrán Leyva foi o responsável pela criação do cartel da família. Ele conseguiu aumentar sua zona de influência e ganhar mais poder por meio do uso da força nos Estados de Guerrero, Chiapas, Querétaro, Quintana Roo, Sonora, Sinaloa, Tamaulipas, Estado do México e Distrito Federal.

O traficante, que se autodenominava "o chefe dos chefes", contava com a proteção da polícia corrupta da Cidade do México e de outros Estados na região. Chamado de "botas brancas" por causa de suas botas de caubói, sua vida foi sempre rodeada por artigos de luxo - como os ternos Hugo Boss que estavam em seu armário sem marca de uso após sua morte na operação das Forças Armadas. Ele também era conhecido por suas inúmeras mansões espalhadas pelo território mexicano.

Em 2008, os irmãos Beltrán Leyva se uniram aos novos chefes do Cartel do Golfo, a organização criminosa conhecida como Los Zetas. Quando a união foi concretizada, o governo dos EUA fez uma interferência legal na infraestrutura financeira da família para dar apoio às autoridades mexicanas na captura dos criminosos. Em agosto, Washington acusou Beltrán Leyva de levar 200 toneladas de cocaína e grandes quantidades de heroína entre os anos de 1990 e 2008, além de contrabandear para o México cerca de US$ 5 milhões de dólares em dinheiro.

Beltrán Leyva tornou-se um dos traficantes mais poderosos de todo o México, onde era procurado por crime organizado e sequestro. A Procuradoria da República chegou oferecer uma recompensa de US$ 2,1 milhões por sua captura.