Título: Hillary dá garantia por escrito de que bases não representam perigo à região
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/12/2009, Internacional, p. A10

Os EUA forneceram aos vizinhos da Colômbia a garantia de que não serão atacados a partir das bases militares envolvidas no acordo firmado entre Washington e Bogotá em 30 de outubro. A garantia chegou por meio de uma carta da secretária de Estado, Hillary Clinton, e do secretário da Defesa, Robert Gates, entregue ao Itamaraty e ao Ministério da Defesa no dia 26.

A existência da carta foi revelada ontem pelo subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela. Segundo ele, os EUA a enviaram a todos os chanceleres e ministros de Defesa da região. A carta chegou às vésperas da reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, na qual ficou acertada uma resolução para contornar a crise.

Mantida em sigilo até ontem, a garantia oferecida pelos EUA facilitou o consenso sobre questões envolvendo a defesa da América do Sul. O texto da resolução da Unasul proibiu o uso ou a ameaça de uso da força contra qualquer país da união e reafirmou o compromisso sul-americano de manter a região como zona livre de armas nucleares.

A resolução também obrigou os países da região a incluir uma cláusula de respeito aos Estados vizinhos em seus acordos de cooperação na área de defesa e a apresentar compromissos de que recursos materiais e humanos não serão utilizados contra membros da Unasul.

O acordo foi considerado pelo chanceler Celso Amorim uma peça "eficaz" para superar o conflito na Unasul sobre a presença militar americana em bases colombianas. Ontem, o secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, destacou para Valenzuela o penúltimo parágrafo do pacto, que expõe a importância de convidar os EUA para um diálogo sobre defesa, paz, segurança e desenvolvimento.

IRÃ

Dias após a secretária de Estado Hillary Clinton advertir os países latino-americanos que flertam com o Irã, o governo brasileiro recebeu ontem de Valenzuela uma espécie de orientação para prosseguir com sua aproximação com Teerã - sob a condição de pressionar o governo iraniano a cumprir com seus compromissos na área nuclear.