Título: Com dor, Berlusconi continua no hospital após ser agredido
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Fonte: O Estado de São Paulo, 15/12/2009, Internacional, p. A12
Agressor diz que agiu sozinho e afirma que 'aversão às políticas' do partido de premiê motivou ataque
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, ainda sente dores após ter sido atacado no domingo por um homem com distúrbios mentais e deve permanecer internado pelo menos até hoje. O ataque chocou a Itália, que vive um momento político tenso, com um cenário altamente polarizado entre os partidários e críticos de Berlusconi.
Mas a agressão ao premiê deve contribuir para o aumento da popularidade do líder italiano, apontam analistas. "Este incidente terá implicações políticas muito importantes e acho que o índice de aprovação do público deve subir por causa do "fator simpatia", já que quase todo mundo concorda que foi ruim para Berlusconi e para a imagem do país ele ter sido atacado fisicamente", afirmou o analista político Massimo Franco, do jornal Corriere Della Sera. "Isso também tornará mais difícil para que qualquer outra pessoa da centro-direita tenha a ambição de ocupar o cargo de premiê num futuro próximo."
O líder italiano, de 73 anos, foi agredido na noite de domingo após discursar em um comício em Milão. Ele distribuía autógrafos quando foi atingido no rosto com uma pequena réplica do Domo de Milão, catedral símbolo da cidade. O premiê teve o nariz e dois dentes quebrados. De acordo com Alberto Zangrillo, médico do premiê, Berlusconi perdeu bastante sangue e está tomando antibióticos para uma "dor persistente".
O homem que atirou a estatueta contra Berlusconi, identificado como Massimo Tartaglia, de 42 anos, não tem passagem pela polícia, mas está em tratamento há dez anos por "problemas mentais".
CONFISSÃO
Ontem, Tartaglia, que está detido, pediu desculpas, qualificou seu ato de "covarde" e ressaltou que não é "assassino de ninguém". Segundo declarações à polícia, Tartaglia teria admitido ter agredido Berlusconi por ter uma forte aversão às políticas do partido do premiê, o Povo da Liberdade.