Título: Restrição a exames de DNA continuam
Autor: Werneck, Felipe
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2010, Vida&, p. A14
A nova lista de procedimentos obrigatórios não deve trazer benefícios para os portadores de doenças genéticas, afirma a Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM).
"A ANS anuncia em seu site a inclusão de novos exames genéticos, mas o que consta na lista atual é a mesma coisa que já existia", diz o presidente da entidade, Salmo Raskin. Ele afirma ainda que a agência manteve todas as restrições existentes para a realização de exames genéticos. "Continuam exigindo que os procedimentos sejam requisitados por médicos geneticistas, mesmo sabendo que há poucos especialistas no País. Isso restringe o acesso aos exames a 1% dos municípios que têm geneticistas", explica.
A ANS mantém ainda a condição de que os testes de DNA sejam realizados apenas se esgotadas todas as outras possibilidades diagnósticas. "O DNA é o último a ser pedido, embora muitas vezes seja mais barato e menos invasivo que uma biópsia, por exemplo." Limita-se ainda a realização do procedimento ao território nacional, sendo que muitos dos 1,6 mil testes existentes não são oferecidos no País, completa Raskin.
Já a Associação Médica Brasileira elogiou alguns pontos da nova cobertura, como o aumento de consultas psiquiátricas. Outros benefícios destacados foram as cirurgias torácicas por laparoscopia e a previsão de atendimento hospitalar em casa, que beneficiará principalmente pacientes terminais com câncer e problemas neurológicos, um dos problemas de saúde mais frequentes no País. "Foi mais ou menos o que esperávamos", disse Amilcar Giron, representante da entidade.