Título: Tradutor ajuda em assistência
Autor: Chacra, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2010, Internacional, p. A14

Na base brasileira, médicos, enfermeiras e soldados tentam tratar de cerca de 70 feridos graves. Um tradutor tenta ajudar no trabalho. Mas a comunicação é precária. Mesmo o francês não ajuda na hora de conversar em creole. Diante da base, algumas dezenas de parentes lutam para conseguir informações sobre os que estão sendo tratados. Alguns dizem ter certeza de que os filhos, pais e irmãos estão lá dentro, no hospital improvisado.

O pequeno Jackson, de 11 anos, com a camisa do Grêmio, traduz tudo do creole para o português, servindo como meio de comunicação com os soldados. No dia do terremoto, sua casa ruiu e ele praticamente acampou diante da base brasileira.

"Meu pai e meu irmão estão aí dentro. Quero saber deles", afirma em português, que diz ter aprendido na escola. Em seguida, começa a traduzir a história das pessoas em volta.

Victor aguarda por informações do filho. Sua mulher morreu. Todos moram nas ruas. Elci quer saber do marido. "Perdi três filhos", afirma. Widley, de 12 anos, está sozinho. "Quero meu pai", diz. Não fica claro se ele está na base brasileira.