Título: Grécia propõe redução do déficit em três anos
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Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2010, Economia, p. B3

Meta é baixar de 12,7% para 2% do PIB

O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreu, disse ontem em Atenas que o plano de recuperação orçamentária que será apresentado hoje em Bruxelas pretende reduzir o déficit público de 12,7% para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em três anos.

Após uma reunião de gabinete, o líder socialista expressou sua esperança de que os sócios membros europeus "mostrem sua consideração" pelos esforços realizados. "Os esforços nos próximos três anos serão decisivos para a trajetória do país", disse o primeiro-ministro ao gabinete, um dia antes de submeter o plano à União Europeia. "As metas são atingíveis. Nós podemos fazer isso."

O ministro das Finanças, George Papaconstantinou, declarou que o Plano de Estabilidade e Desenvolvimento é "um Mapa de Caminho" da economia grega. Papaconstantinou anunciou que o plano de três anos do governo grego quer reduzir o déficit para 5,6% em 2011, para 2,8% em 2012 e chegar a 2% em 2013. Já a dívida pública do país subirá até 120,4% do PIB, após atingir 113,4% em 2009, o que equivale a 300 bilhões.

O titular de Finanças anunciou mudanças na arrecadação de impostos, o congelamento de salários em 2010, a redução de contratos temporários, impostos sobre grandes fortunas e o aumento dos impostos do álcool e do tabaco, entre outros. No total, o corte dos gastos públicos alcançará 10% neste ano.

De acordo com Papaconstantinou, a recente visita a Atenas dos analistas financeiros da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu "foi útil para a construção do texto final do plano".

Segundo o ministro, os encontros ajudaram o governo grego a traçar um projeto "claro para 2010, com medidas concretas, com calendário e detalhes para reduzir o déficit em quatro unidades". Ele atribuiu à situação econômica da Grécia, a pior nas últimas décadas, à má gestão do Executivo conservador anterior, de 2004 a 2009.

Outra missão composta por cinco analistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) está na capital grega desde quarta-feira para assessorar o governo na recuperação econômica. Na quarta-feira, Papandreu descartou a possibilidade da Grécia ser expulsa da zona do euro e de recorrer ao FMI para pedir financiamento.

O desemprego na Grécia ficou em outubro de 2009 em 9,8%, como anunciou pntem o Centro de Trabalho Nacional, quase 1,5 ponto porcentual acima do resultado do mesmo mês do ano anterior.

Não está descartado o crescimento do desemprego em 2010 e o governo procura maneiras de aumentar o seguro-desemprego de 400 euros para 600 euros mensais.