Título: Enchentes são, de novo, tema de discurso do presidente
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/02/2010, Nacional, p. A6
Ele critica "irresponsabilidade" de ex-governantes, cobrando partidos "de direita, de centro e de esquerda"
RIO Em mais uma referência às enchentes que têm provocado destruição e mortes em São Paulo e no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que sua gestão faz "um processo de reparação na irresponsabilidade dos que governaram há 20, 30 anos e deixaram que o povo ocupasse encostas de morro". O presidente ressaltou que a irresponsabilidade foi de partidos "de direita, de centro, de esquerda" e cobrou dos prefeitos "coragem" para não permitir ocupação irregular.
Lula procurou citar casos de transtornos causados pelas chuvas em cidades administradas tanto por aliados quanto por adversários.
"Enchente está dando em qualquer lugar", declarou. "É preciso parar com a hipocrisia de tratar o povo dessa forma. O prefeito tem de ter coragem de ir lá e não deixar ocupar. Quando morre alguém, de quem é a culpa? Vemos o que aconteceu em São Paulo, em Angra dos Reis, em Belo Horizonte. É o acúmulo de 50 anos", discursou, durante inauguração de um gasoduto da Petrobrás.
O presidente afirmou que a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) vai promover uma "grande reforma nos grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro e São Paulo". Ele disse esperar que "daqui a 20 anos o povo tenha orgulho de morar em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e não viver apinhado com a família em um espaço de três metros quadrados".
Ainda em referência ao plano de obras de seu governo, Lula afirmou que "é apenas o começo". No setor de saneamento, disse estar "fazendo uma revolução".
"Se juntar tudo que os presidentes investiram nos últimos 30 anos em saneamento básico, não chega à metade do que investimos. Toda obra que é enterrada não interessava porque não ganhava eleição", discursou, para a plateia formada por operários que trabalharam na construção do gasoduto.