Título: Eficiência de programa do País poderia interessar aos aiatolás
Autor: Chrispim, Denise ; Chacra, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/02/2010, Internacional, p. A16

O que interessaria ao Irã no programa nuclear brasileiro, conduzido pela Marinha, é a eficiência. De acordo com estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica, os aiatolás já gastaram cerca de US$ 30 bilhões no seu projeto e estão longe de alcançar metas fundamentais como o domínio constante do ciclo de enriquecimento de urânio. O Brasil investiu pouco mais de US$ 1 bilhão, ao longo de 20 anos. E acumula sucessos. As ultracentrífugas usadas no procedimento são máquinas de alto rendimento e confiabilidade. Em maio fica pronta a fábrica nacional de gás de urânio. A partir de dezembro o País deixará de comprar esse serviço no Canadá. Embora domine todas as etapas da separação do U-238, partícula "pobre" em energia, do U-235, mais "rico", a agência brasileira não tem capacidade para receber o urânio do Irã e enriquecê-lo a 20%. O limite fixado pelo governo é de 4%, o suficiente para atender às aplicações civis, de pesquisa e na medicina.

Armas exigem 90%. A fase mais difícil de ser superada é a que vai do zero a 20%. É pior até o patamar de 5%. Os especialistas do Brasil sabem como fazer isso e, o que é um privilégio, fazer depressa, gastando pouco dinheiro