Título: No Ártico, G-7 tenta voltar a ser relevante
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2010, Economia, p. B3

GENEBRA O local foi o mais excêntrico que já recebeu uma reunião do G7. No cardápio, comidas típicas do Ártico. Na agenda, a tentativa de mostrar que o grupo dos países ricos ainda é relevante. Na cidade de Iqaluit, quase no polo Norte, Canadá, França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão e Itália não economizaram declarações de apoio ao grupo, chegando a indicar que a reunião marcou um "novo começo" do G7.

Desde a eclosão da crise financeira, em setembro de 2008, os países ricos foram pressionados a aceitar que não poderiam resolver a situação sozinhos e que um nova arquitetura internacional teria de ser formada. O G-20, com países ricos e emergentes, passou a ser o centro do debate. Enquanto isso, o chanceler Celso Amorim anunciava a "morte" do G7.

No último fim de semana, porém, o grupo de países ricos tentou provar o contrario. O anfitrião, Jim Flaherty, ministro de Finanças do Canadá, comemorou o fato de o G7 estar trazendo a cúpula financeira mundial para discussões "menores, informais e francas". "Esse é um novo começo para o G7", disse.

Outro ponto tratado foi a situação da China. A pressão é para que Pequim adote medidas para permitir que sua moeda flutue e, assim, frear sua competitividade nas exportações. Durante a reunião, o Japão ainda alertou para a "bolha" que está surgindo na China. Em 2010, Pequim irá superar o Japão como a segunda maior economia do mundo.