Título: Déficit comercial nos EUA bate em 10%
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/01/2010, Economia, p. B6

Resultado de novembro é visto como sinal de recuperação da demanda

O rápido aumento das importações fez com que o déficit comercial dos Estados Unidos crescesse 9,7% em novembro. O resultado superou as expectativas e é mais um indicador da recuperação da demanda.

O Departamento de Comércio americano informou ontem que o déficit na troca de bens e serviços subiu de US$ 33,2 bilhões em outubro para US$ 36,4 bilhões no penúltimo mês de 2009, quando a maioria dos analistas esperava um déficit em torno de US$ 35 bilhões.

O menor déficit comercial dos EUA em um único mês foi de US$ 25,8 bilhão, registrado em maio. Daí em diante, o prejuízo mensal só cresceu. Mesmo assim, o déficit de 2009 será muito menor do que o do ano anterior. Em 11 meses de 2009, o saldo negativo da balança comercial foi de US$ 340,62 bilhões. No mesmo período de 2008, havia sido de US$ 654,08 bilhões.

Em novembro passado, as exportações americanas cresceram 0,9% (o sétimo aumento mensal consecutivo) e somaram US$ 138,2 bilhões, como resultado de uma crescente demanda estrangeira por alimentos, veículos e semicondutores.

As importações de bens e serviços, que vinham caindo desde agosto, cresceram 2,5% em novembro e chegaram a US$ 174,6 bilhões. O aumento que se deve principalmente aos crescentes preços do petróleo importado. O relatório de ontem mostra que o preço médio do petróleo importado em novembro foi de US$ 72,54 por barril, o mais alto desde outubro de 2008. O aumento dos preços neutralizou a redução no volume de petróleo importado, que nesse mês foi de 245 milhões de barris, o número mais baixo desde fevereiro de 1999.

O crescimento das despesas das empresas e dos consumidores nos EUA indica que as compras de bens importados continuarão aumentando nos próximos meses. Em paralelo, uma queda de 12% na cotação do dólar frente às moedas de seus principais parceiros comerciais desde março estimulou as vendas de produtos americanos no exterior.

O relatório do Departamento de Comércio mostra que o superávit dos países da América Latina e do Caribe em seu comércio de bens com os EUA cresceu 33,75% em novembro e chegou a US$ 5,45 bilhões.

Em 11 meses do ano passado, o superávit da região somou US$ 40,811 bilhões, quase 49% abaixo do saldo favorável na troca comercial entre janeiro e novembro de 2008, que foi de US$ 83,834 bilhões.

Em novembro, o comércio com a América Latina representou 9,3% do déficit total no comércio de bens de EUA, que somou US$ 48,357 bilhões.

Já o superávit dos países da União Europeia (UE) em seu comércio de bens com os EUA cresceu 30,5% em novembro na comparação com outubro e ficou em US$ 6,417 bilhões.