Título: Petrobrás foi a nona empresa mais valiosa do mundo em 2009
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/01/2010, Negocios, p. B11
Estatal ficou à frente de Google, diz Ernst & Young; lista mostra força dos emergentes
A Petrobrás fechou 2009 como a nona maior empresa mundial em valor de mercado, à frente do Google, segundo levantamento elaborado pela consultoria americana Ernst & Young. Embora tenha caído uma posição com relação ao ranking divulgado em julho, o desempenho da estatal brasileira mostra grande evolução com relação ao final de 2008, quando a empresa fechou o ano na 37ª posição. A tendência de crescimento foi observada também em outras empresas de países emergentes, apontam os responsáveis pelo estudo.
"Os investidores concordam que a próxima década vai pertencer às economias emergentes", comentou, em nota oficial, Hendrik Hollweg, sócio da Ernst & Young. Em 2009, 18 empresas baseadas em países do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) figuraram na lista das 100 maiores - sete a mais do que no ano anterior. Os chineses reassumiram a primeira posição, com a Petrochina, valorizada em US$ 353,1 bilhões no dia 31 de dezembro de 2009, acima dos US$ 323,7 bilhões da americana Exxon Mobil.
Ambas atuam no setor de petróleo, como a Petrobrás - que segundo a Ernst & Young, valia US$ 199,2 bilhões no último dia do ano. O valor é 107% superior ao verificado um ano antes, mas ainda é inferior aos US$ 241,6 bilhões que as ações da empresa valiam no final de 2007, antes do estouro da crise financeira.
Além da Petrobrás, o Brasil tem outras três empresas no ranking das 100 maiores do mundo: Vale, na 33ª posição, Itaú Unibanco (59ª) e Bradesco (97ª). Destas, Itaú Unibanco é a única que vale hoje mais do que antes da crise - US$ 90,1 bilhões em 2009, ante US$ 60,7 bilhões em 2007. As outras, como a Petrobrás, recuperaram parte das perdas registradas em 2008, mas continuam com valor abaixo do verificado em 2007.
De todo modo, as empresas brasileiras, juntas, foram as que mais se valorizaram no último ano. O levantamento da Ernst & Young coloca o Brasil na sexta posição entre os países que sediam as maiores empresas. As quatro companhias nacionais na lista das 100 maiores valiam US$ 429,3 bilhões no último dia 31, alta de 215% com relação a um ano atrás. O desempenho é fruto da recuperação mais acelerada da economia brasileira, diz o sócio responsável pela área de IPOs da Ernst & Young, Paulo Sérgio Dortas.
O analista Luiz Otávio Broad, da corretora Ágora, lembra também que a valorização do real frente ao dólar contribui na comparação com empresas sediadas nos Estados Unidos, que tem 38 companhias na lista das 100 maiores, incluindo Microsoft (3º lugar) e Walmart (5º) - o quarto lugar ficou com o Bank of China. Ele argumenta que os papéis da Petrobrás, por exemplo, tiveram desempenho abaixo do índice Bovespa em 2008.
Considerando as 300 maiores companhias negociadas em bolsa, a lista brasileira inclui ainda Ambev (111ª), Banco Santander (123ª), Banco do Brasil (151ª), OGX (225ª) e Itaúsa - Investimentos Itaú S/A (230ª).