Título: Unasul oferece US$ 300 milhões ao Haiti
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Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2010, Internacional, p. A15

Governo haitiano eleva a 230 mil o número de mortos no terremoto do dia 12

Representantes dos 12 países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiram ontem, em reunião extraordinária em Quito, no Equador, criar um fundo comum de US$ 300 milhões para ajudar na reconstrução do Haiti. Em Porto Príncipe, o governo haitiano elevou para 230 mil o número de mortos no terremoto do dia 12. O número de vítimas é o mesmo do tsunami de 2004.

Um dos presidentes que defenderam essa proposta desde o início da reunião foi o peruano Alan García. Para ele, os 12 países-membros da Unasul deveriam contrair, conjuntamente, um crédito de US$ 200 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). García afirmou que, com esse valor, o Haiti conseguiria construir 41 mil casas populares para os desabrigados do terremoto. Segundo ele, pelo menos metade desse valor já estaria disponível imediatamente.

Para o presidente equatoriano, Rafael Correa, que exerce a presidência rotativa do bloco, o governo haitiano deveria canalizar o recebimento de toda a ajuda estrangeira, além de manejar o fundo comum.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que também participou do encontro, apoiou a ideia de concentrar as doações em um único fundo, em vez de dispersá-las em doações separadas a ONGs. A medida, de acordo com ele, reduziria o risco de corrupção e facilitaria a coordenação entre os inúmeros governos e organizações que tentam ajudar o país caribenho desde o tremor.

VISITA OFICIAL

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu ainda a criação de uma reserva alimentar para o Haiti, que teria como ponto de partida as 7 mil toneladas de comida enviadas, segundo ele, pela Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) ao Haiti e as 4.500 toneladas que ainda estão estocadas.

A reunião foi esvaziada pela ausência dos presidentes de Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Uruguai, Suriname e Guiana, que enviaram apenas representantes. Chile e Brasil anunciaram que seus presidentes visitarão o Haiti nos dias 20 e 25, respectivamente.

O presidente haitiano, René Préval, que estava na reunião, pediu à Unasul que contribua não apenas com ajuda de longo prazo, mas com itens emergenciais, como barracas para os 400 mil desabrigados.