Título: Senador abre sindicância para apurar vazamento
Autor: Costa, Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2010, Nacional, p. A6

Para inibir o vazamento de notícias sobre irregularidades no Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), mandou abrir uma sindicância para investigar quem repassou informações sobre o pagamento superfaturado de rescisões trabalhistas. O diretor-geral, Haroldo Tajra, nomeou seis policiais do Legislativo para identificar, no prazo de 90 dias, quem passou os dados para a imprensa. A iniciativa não tem amparo no regimento da instituição. Os processos das rescisões não são sigilosos.

Os documentos comprovam o pagamento indevido de R$ 257 mil pela exoneração de 131 servidores comissionados, que são indicados por senadores sem concurso. Na lista de supostos beneficiários está, segundo o jornal Folha de S. Paulo, a filha do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

A Comunicação Social do Senado informou ao Estado que não foi ouvida sobre a medida. O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), tampouco se responsabiliza pela criação da comissão. "Para que eu iria fazer isso? Sou a favor da liberdade de imprensa, o exercício da imprensa tem de ser livre, sou contra o cerceamento."

Tajra não quis conceder entrevista. Por meio da assessoria de imprensa da Casa, afirmou que sua intenção é impedir a divulgação de atos e processos capazes de resultar em ações judiciais contra a Casa.