Título: Demanda cresce e já falta gasolina em BH
Autor: Lima, Kelly ; Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/02/2010, Economia, p. B4
Associação dos postos atribui maior consumo à alta do preço do álcool
A Refinaria Gabriel Passos (Regap) da Petrobrás, em Betim (MG), não está conseguindo atender à demanda por gasolina na região metropolitana de Belo Horizonte, segundo informação do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado (Minaspetro) e de empresários do setor.
Ontem, alguns postos da capital mineira e cidades vizinhas já conviviam com a falta do combustível nas bombas. Conforme o Minaspetro, as distribuidoras não estão conseguindo suprir os pedidos dos pontos de venda. "Na ponta, quem sofre é a revenda", observou o presidente da entidade, Sérgio Mattos. Segundo ele, com a dificuldade em suprir o volume de gasolina demandado, a alternativa das distribuidoras é cortar pedidos.
A avaliação do setor é que, além da proximidade do feriado, quando cresce a procura pela gasolina, a dificuldade de abastecimento em Belo Horizonte pode ser explicada pela queda no consumo de álcool, cujos preços deixaram de ser competitivos. De acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o valor médio da gasolina na capital mineira atingiu R$ 2,462 o litro, no período de 7 a 13 deste mês. Em contrapartida, no mesmo intervalo o valor médio do litro do álcool foi cotado por R$ 2,07.
Por meio de nota, a Petrobrás negou problemas no fornecimento do combustível. "O abastecimento de gasolina para o mercado de Belo Horizonte encontra-se dentro da normalidade, estando a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, atendendo a cota acordada com as distribuidoras."
"Não há risco de desabastecimento, mas, eventualmente, em função da demanda, alguns postos podem ficar sem gasolina", disse o presidente da Minaspetro. Outro fator destacado por Mattos é a redução de 25% para 20% na mistura de álcool anidro na gasolina.
As reclamações são principalmente de postos das bandeiras BR e Shell. João Batista Inácio, proprietário do posto Via Liberdade (Shell), no bairro de Lourdes, região centro-sul da cidade, convive com o problema desde o dia 20. "Depois que o álcool subiu, começou a faltar gasolina. Os pedidos estão vindo pela metade."