Título: Para Anastasia, nome de Alencar não é ameaça
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/02/2010, Nacional, p. A8
O pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, o vice-governador Antônio Anastasia, procurou minimizar ontem o impacto de uma eventual candidatura do vice-presidente José Alencar (PRB) à sucessão estadual como estratégia para unir a base aliada ao Palácio do Planalto no Estado. Na condição de governador em exercício, Anastasia provocou ao afirmar que os eleitores não querem mais uma disputa "muito personalista" e que é preciso "discutir projetos".
"O que vai decidir a eleição não é o nome da pessoa, são os projetos, a capacidade de governar, o que já foi feito, as ideias, quem tem mais condições de governar o Estado em termos de sintonia com o governo, quem será mais hábil a dar continuidade ao que o governador Aécio Neves já realizou", disse.
Anastasia observou que o vice-presidente tem "toda legitimidade" para postular uma candidatura, mas ressaltou que está mais preocupado com suas próprias articulações. "O outro lado, eles que cuidem dele". Alencar, que luta há anos contra um câncer no abdome, já afirmou que só decidirá se será candidato em meados de março, após analisar os resultados de exames médicos. Ele tem reiterado que prefere disputar uma cadeira no Senado.
A candidatura de Alencar ao governo é apontada como uma possível solução para resolver o impasse entre PT e PMDB no Estado. Enquanto os petistas convivem com uma luta fratricida entre o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, o PMDB não aceita abrir mão da candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa. Apesar de Costa afirmar que desistiria em favor de Alencar, seus aliados saíram a campo nos últimos dias para marcar posição pela candidatura própria. Os peemedebistas já não escondem a insatisfação com a "solução Alencar", o que, para eles, seria uma manobra de setores petistas para impedir que a candidatura do ministro das Comunicações se consolide.
Identificado como o gerente da gestão Aécio, Anastasia disse que pretende continuar viajando pelo Estado e rebateu as críticas de setores petistas de que a atual administração investiu pouco na área social. Ele disse que após assumir o governo, no início de abril - com a desincompatibilização de Aécio -, dará um "adensamento a todas as políticas" da atual gestão.