Título: Malária matou Tutancâmon
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Fonte: O Estado de São Paulo, 17/02/2010, Vida&, p. A11
Estudo revela doenças do faraó
Tutancâmon, o faraó menino, era uma criança frágil, manca e sofria de múltiplas doenças quando morreu aos 19 anos, em 1.324 a.C.
Agora os cientistas determinaram a causa mais provável da sua morte: malária combinada com uma doença degenerativa dos ossos.
Segundo os pesquisadores "esta é a mais antiga evidência genética de malária em múmias com uma datação confiável". Em outras quatro múmias, também analisadas no estudo, o teste de DNA indicou a presença do parasita da malária - o Plasmodium falciparum - algo previsível em um local como o vale do Nilo.
A pesquisa, divulgada ontem, não revelou evidências de um complô para assassinar o faraó, como cogitavam alguns historiadores familiarizados com as intrigas palacianas do Egito antigo. Tudo indica que a causa da morte foi natural.
Exames anteriores já revelavam que o jovem rei sofreu uma fratura na perna. O acidente pode ter contribuído para o aparecimento de uma doença grave, em um sistema imunológico já enfraquecido pela malária e outras doenças.
Além disso, a análise genética das 11 múmias estudadas estabeleceram conexões familiares entre cinco gerações da linhagem de Tutancâmon.
Até hoje, só tinham sido determinadas as identidades de três múmias. Agora, os testes identificaram outros parentes de Tutancâmon, entre eles, a mãe, a avó e o pai - o controverso faraó Akhematon, que simplificou o panteão egípcio para uma única divindade relacionada ao Sol.
O poder e a riqueza da família real não pouparam seus membros de doenças. Diversas múmias apresentavam fissura do palato e pés disformes. Tutancâmon sofria de necrose avascular dos ossos, doença em que o fornecimento de sangue para os ossos diminui, provocando o enfraquecimento ou destruição do tecido.