Título: DEM espera desfiliação e arma expurgo no diretório
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Fonte: O Estado de São Paulo, 18/02/2010, Nacional, p. A4

O comando nacional do DEM considera insustentável a situação política do governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, e aprovará seu pedido de expulsão do partido, se ele não se desfiliar antes da reunião da Executiva Nacional, na próxima quarta-feira.

Os dirigentes do DEM também já decidiram que dissolverão o diretório regional do DF, que era presidido por Paulo Octávio até a semana passada - quando pediu afastamento temporário do cargo, por causa das acusações de envolvimento no chamado "mensalão do DEM". A ideia é refazer todo o diretório e expurgar da direção local qualquer integrante do DEM que esteja relacionado ao caso.

Os principais líderes passaram as últimas 48 horas trocando informações e concluíram que o partido sofrerá mais desgaste com a presença de Paulo Octávio. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já anunciou que formalizará na quarta-feira o pedido de expulsão.

Em seu blog, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia defendeu ontem o receituário que o governador José Roberto Arruda deveria ter adotado logo depois da descoberta do escândalo, mas não cumpriu. Maia avaliou que Paulo Octávio deveria seguir a mesma fórmula, mas o governador em exercício, à exceção da troca do secretariado, não aceitou as propostas.

"O caminho a ser adotado deveria isolar as ações do governo e dar garantias à sociedade e à opinião pública", sugeriu Maia, no blog. Ele ainda propôs "trocar liminarmente todos secretários e presidentes da administração indireta, convidar técnicos seniores e de carreira dos diversos ministérios federais, do Banco do Brasil e da Eletrobrás e dar carta branca na montagem de suas equipes; sustar todos os empenhos e liquidações de despesas, com exceção de pessoal, concessionários de serviço público, merenda escolar e medicamentos; cancelar os contratos das empresas comprometidas e decidir com o Tribunal de Contas (...) a substituição por emergência nos serviços de informática, assim como pedir autorização para a contratação de auditorias externas independentes por área, de empresas de extenso currículo, deixando a auditoria central na Secretaria de Fazenda por parte do próprio Tribunal de Contas".