Título: Programa de governo ainda será discutido, avisa Padilha
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/02/2010, Nacional, p. A4

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tentou amenizar ontem o impacto das mudanças promovidas nas diretrizes do programa de governo petista, aprovadas na véspera pelo 4º Congresso Nacional do PT. Entre as medidas, constam o combate ao "monopólio" nos meios de comunicação, cobrança de impostos sobre grandes fortunas, apoio total ao polêmico Plano Nacional de Direitos Humanos e à jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem reajuste salarial.

Em entrevista antes do lançamento da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff, Padilha lembrou que as propostas serão discutidas com os demais partidos da coalizão. A declaração deixa as proposições, que agradaram a grupos de esquerda, em um plano apenas formal. "O PT apresentou as diretrizes aos partidos aliados", disse. "Mas o programa de governo é da candidata. Vai ser discutido com a sociedade e com 17 partidos da base do governo."

O novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse que o partido não deu tom mais radical às propostas. "O PT é e sempre foi um partido de esquerda, o que não significa que estejamos propondo qualquer esquerdismo. Nossos objetivos estão antenados com o que acontece no Brasil e no mundo."

Padilha indicou que a ministra, antes de deixar o governo, deverá intensificar sua movimentação pré-eleitoral, definida pela oposição como campanha ilegal. "Dilma sairá (do cargo) no último segundo que a lei permitir", disse ele. "Há decisões a serem tomadas em março, obras a serem vistoriadas, ações e anúncios do governo."

O ministro desprezou acusações dos adversários contra a ministra e o presidente Lula por violação da Lei Eleitoral. "Para mim, não importa o que a oposição vai falar. O que importa é o que fazemos. O governo não vai parar de governar", afirmou. W.T., V.R. e C.O.