Título: PSDB quer Afif como vice em SP
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/02/2010, Nacional, p. A10

Filiado ao DEM, secretário de Emprego e Relações de Trabalho é visto por tucanos como "nome ideal" para posto

O nome do secretário de Emprego e Relações de Trabalho do governo paulista, Guilherme Afif Domingos (DEM), é o mais cotado entre tucanos e integrantes do próprio DEM para ocupar a vaga de vice na chapa a ser encabeçada pelo PSDB na disputa pela sucessão de José Serra em São Paulo.

Nome mais forte de seu partido, Afif começou a se credenciar para o posto em 2006, quando disputou uma vaga no Senado e obteve expressiva votação (8.212.177 votos, o equivalente a 43,7% dos votos válidos), apesar da derrota para Eduardo Suplicy (PT). Um ano depois, assumiu a secretaria no governo de Serra e em 2008 foi escolhido um dos coordenadores da campanha de Gilberto Kassab (DEM) à prefeitura paulistana.

Consolidado no DEM e com bom trânsito junto a Serra, Afif é visto como "o nome ideal", segundo tucanos, para o posto. No PSDB, uma minoria ainda tem dúvida sobre se o candidato a governador será mesmo Geraldo Alckmin, atual secretário de Desenvolvimento do governo paulista, ou Aloysio Nunes Ferreira, braço político de Serra e secretário da Casa Civil.

NA CHUVA

A definição em relação ao candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes deve ocorrer em abril e está praticamente concentrada nas mãos de Serra. Alckmin tem ampla vantagem em relação a Aloysio, por conta de seu potencial eleitoral, já aferido pelas pesquisas, e é visto pela maioria partidária como franco favorito. Alguns caciques tucanos duvidam que possa haver uma modificação no jogo a essa altura do campeonato e, nos bastidores, já dão o nome de Alckmin como certo.

Serra também tem sinalizado, ao levar Alckmin a tiracolo em viagens pelo Estado, que o ex-governador e candidato derrotado à Presidência, em 2006, deverá sim disputar o Palácio dos Bandeirantes. "Que o Alckmin é favorito não há sombra de dúvidas, mas isso é como uma corrida de Fórmula 1 na chuva, quando apenas o líder está enxergando e o resto só vê luzes vermelhas e fumaça. A definição é do Serra", resumiu um líder próximo ao governador.

COM PMDB

Enquanto caciques tucanos raciocinam que Serra precisa de Alckmin para ter palanque forte em São Paulo, aliados de Aloysio argumentam que é o governador quem vai alavancar o nome do candidato e não vice-versa. Neste caso, Aloysio estaria mais do que credenciado para a cabeça de chapa.

Além de DEM e PSDB, o palanque de Serra em São Paulo vai contar com o PMDB. Na eleição municipal de 2008, o PMDB condicionou o apoio a Kassab à obtenção da vaga do DEM para a disputa ao Senado.

O ex-governador Orestes Quércia já é dado como certo, entre peemedebistas, para concorrer a uma das vagas do Estado. São Paulo vai eleger este ano dois senadores - os mandatos de Aloísio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PTB) terminam em 2011 e apenas o de Suplicy vai até 2015.

Entre os tucanos, os deputados federais José Aníbal, ex-líder do PSDB na Câmara, e Mendes Thame, presidente estadual do partido, almejam uma indicação da legenda para concorrer ao Senado. Os nomes dos secretários do Meio Ambiente, Francisco Graziano, e da Educação, Paulo Renato Souza, também circulam no PSDB.