Título: CPI do MST aprova 67 requerimentos
Autor: Tomazela, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/02/2010, Nacional, p. A10

Nenhum deles, porém, aprofunda investigações sobre supostas fraudes

BRASÍLIA

Na sua terceira reunião, a CPI do MST - instalada para apurar desvios e irregularidades no repasse de recursos federais para entidades ligadas ao Movimento dos Sem-Terra - aprovou 67 requerimentos. Nenhum deles, porém, aprofunda as investigações sobre empresas ou dirigentes suspeitos de cometer fraudes com o dinheiro público.

Ao contrário, os deputados e senadores vão passar os próximos meses ouvindo ministros e outras autoridades do governo, sobretudo os que são responsáveis pelos convênios suspeitos carimbados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Entre os especialistas em questões fundiárias que serão chamados, fica clara a preferência pelos que apoiam as articulações do MST, como os bispos das prelazias do Xingu , Marajó e Abaetetuba.

O relator da CPI, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), acha possível ouvir todos os convocados até abril. Só após essa fase serão examinados requerimentos para quebrar sigilo e convocar eventuais implicados em irregularidades. O prazo coincide, porém, com o tradicional recesso branco do ano eleitoral.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) diz que nenhuma apuração avança sem quebra de sigilo. O colega Moreira Mendes (PPS-RO) prevê que a CPI acabará mesmo em pizza. "Isso não vai dar em nada", destaca.

Não é de hoje que o governo atua para não expor o MST. O primeiro passo fracassou, porque não conseguiu barrar a CPI. Mas indicou aliados para presidir e relatar a comissão.