Título: Possibilidade de conflito militar é remota
Autor: Monteiro, Tânia ; Mello, Patrícia Campos
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/02/2010, Internacional, p. A12

A militarização da crise das Ilhas Malvinas/Falklands é uma possibilidade remota. As forças argentinas não têm preparo nem equipamento para uma eventual ação armada. O governo de Cristina Kirchner reduziu o orçamento da Defesa e reluta em assinar contratos de revitalização de sistemas de combate. O jato argentino com maior disponibilidade é o subsônico Skyhawk, com 35 anos de uso, apenas parcialmente modernizado. Os britânicos mantêm nas ilhas a poderosa base aeronaval de Mount Pleasant, um empreendimento de US$ 550 milhões, iniciado três dias após o fim da guerra de 1982. Ontem o comandante da Força Aérea Real (RAF), Stephen Dalton, anunciou que o nível de alerta do esquadrão de quatro super caças Typhoon - deslocado em outubro de 2009 de Coningsby - subiu um ponto. Isso significa que os pilotos estão prontos para decolar 5 minutos após o sinal de alerta. Normalmente esse tempo é de 15 minutos. O Typhoon voa a 2.300 km/h, tem um canhão de 27 mm e leva 9 toneladas de armas. Dalton justificou a medida como "consequência da crescente de tensão e da manutenção da superioridade aérea". A base de Pleasant é defendida por mísseis antiaéreos, tem capacidade para receber submarinos atômicos e nesse momento abriga, além de 1.067 militares, a fragata missileira York, de 5,2 mil toneladas (280 tripulantes, 1 helicóptero de ataque), além de aviões de inteligência e de reabastecimento em voo.