Título: Acordo pode estender em 30 anos prazo de operação
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/01/2010, Economia, p. B1

As mudanças preparadas para o setor ferroviário poderão significar extensão no prazo de concessão das empresas que operam a malha nacional. A partir da repactuação dos contratos, as concessionárias teriam mais 30 anos de concessão prorrogáveis por outros 30 anos, além daquilo que já foi explorado. Essa é uma das variáveis estudadas para compensar alterações no setor e investimentos na malha.

Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, hoje os contratos de concessão não definem obrigações de investimentos na expansão da capacidade da malha, o que dá margens a uma série de dúvidas sobre as obrigações das empresas. "A privatização do setor foi feita em tempo recorde, sem muito debate. Hoje todo mundo acha que o modelo é ruim e tem falhas."

Especialistas e empresários do setor concordam que, de fato, muitas mudanças precisam ser feitas. "Mas é preciso ter cuidado para não quebrar contratos", destaca o professor da Coppead/UFRJ, Paulo Fleury. Ele avalia que o modelo que está sendo proposto é muito melhor que o atual, mas precisa de ampla discussão e negociação.

O diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, também pede cautela na repactuação. Vilaça afirma que desde a privatização as empresas fizeram o seu papel no setor e investiram R$ 23 bilhões. Parte do dinheiro foi aplicada na compra de locomotivas e vagões.