Título: Gripe ainda é pandêmica, diz OMS
Autor: Formenti, Lígia ; Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2010, Vida&, p. A16

Alerta máximo para o vírus H1N1 será mantido até o inverno do Hemisfério Sul para analisar evolução da doença

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o status de pandemia para o vírus H1N1 e avaliar o comportamento da gripe suína no próximo inverno da América do Sul para tomar uma decisão definitiva sobre a classificação. O alerta de pandemia é dado quando uma doença se alastra para vários países do mundo.

Ontem, o comitê consultivo da OMS que reúne 15 especialistas sugeriu que "é prematuro concluir que todas as partes do mundo tenham atingido um pico de transmissão do vírus H1N1" e que "um tempo e informações adicionais serão necessários para determinar o novo status da pandemia". Na Europa e Ásia, a tendência tem sido a de uma queda importante no número de novos casos. Mas a OMS estima que o inverno do Hemisfério Sul, que começa nos próximos meses, ainda terá de ser observado. Uma das principais regiões que servirá de teste será a do Cone Sul - Brasil, Uruguai, Argentina e Chile.

A discussão sobre uma possível revisão do nível de alerta foi vista como uma reação às críticas feitas às regras da OMS para investigar e declarar emergências de saúde. A doença apresentou no Hemisfério Norte comportamento bem menos agressivo do que havia sido previsto. Compradas pelos governos, milhões de doses da vacina encalharam. Parlamentares europeus sugeriram que o cenário mais grave previsto pela OMS poderia estar relacionado a uma eventual influência indevida de companhias farmacêuticas na organização.

Ontem, a ideia era tentar encontrar uma fórmula para resgatar a credibilidade da OMS. Uma das alternativas seria declarar a fase pós-pico, em que o vírus teria um comportamento mais próximo ao da gripe sazonal. Isso significaria que alguns países, não todos, teriam experimentado o auge da gripe.

Embora a alternativa representasse uma transição gradual para o fim da pandemia, uma corrente avaliou que a medida poderia desestimular a adesão à vacinação no Sul.

NO BRASIL

No País, a vacinação será feita em etapas. Na primeira, de 8 a 19 de março, serão imunizados profissionais da saúde e indígenas. De 22 de março a 2 de abril será a vez de grávidas, pessoas com problemas crônicos (exceto idosos) e crianças de 6 meses a 2 anos. Adultos de 20 a 29 anos serão vacinados de 5 a 23 de abril. Na última, de 24 de abril a 7 de maio, idosos com doenças crônicas serão imunizados.