Título: Belo Monte será um marco para o País
Autor: Goy, Leonardo; Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2010, Economia, p. B3

Maurício Tolmasquim: Presidente da EPE

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, responsável pelos estudos de otimização da Hidrelétrica de Belo Monte, comemorou a liberação da licença ambiental prévia, que permitirá o leilão da usina em abril. Na avaliação dele, trata-se de um marco para o País, que terá a terceira maior hidrelétrica do mundo.

Como o Sr. avalia a decisão do Ibama?

Estou felicíssimo. É um dia muito importante para o Brasil. É um dia para se comemorar muito.

Qual a importância de Belo Monte para o Brasil?

A construção de Belo Monte será um marco para o País em todos os sentidos, seja ambiental ou de engenharia. Além disso, teremos a terceira maior hidrelétrica do mundo, que garantirá o desenvolvimento do Brasil. É uma usina que uma energia extremamente competitiva. Isso sem contar os efeitos ambientais, já que estamos falando de uma fonte renovável, que não emite dióxido de carbono. Belo Monte também vai levar inúmeros benefícios à região Norte e melhorar a vida da população local.

Que benefícios são esses?

Está prevista uma série de investimentos na infraestrutura local, como saneamento básico. Será criada também duas áreas de preservação na margem direita do Rio Xingu.

Depois de Belo Monte, quais as usinas virão pela frente?

Temos uma série que usinas que pretendemos leiloar a partir deste ano. Além de Belo Monte, a expectativa é realizar outros dois leilões de hidrelétricas até dezembro. Primeiro teremos algumas usinas menores, como Garibaldi (175 MW), Cachoeira (63 MW), Castelhano (64 MW), Estreito (56 MW), Uruçuí (134 MW) e Ribeiro Gonçalves (113 MW). Há ainda a expectativa de leiloar Teles Pires, de 1.820 MW. Mais para o futuro, temos São Luiz do Tapajós, de 5.918 MW.

Além das hidrelétricas, o governo vai fazer novos leilões de energia eólica, cujo preço surpreendeu no ano passado?

Sim. Vamos continuar explorando a energia eólica e também a energia movida a partir da biomassa, até porque elas complementam a energia hidrelétrica. Mas ainda estamos discutindo as datas.