Título: Corregedor pede processo contra nove deputados
Autor: Colon, Leandro ; Gallucci, Mariângela
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/02/2010, Nacional, p. A4

Os deputados da base aliada ao governo na Câmara Legislativa devem repetir o script do início da semana, quando abriram processo de impeachment do governador José Roberto Arruda e deram o comando do caso para um oposicionista, Chico Leite (PT), nomeado relator. Ontem, o corregedor-geral da Casa, Raimundo Ribeiro (PSDB), pediu abertura de processo disciplinar contra nove deputados, oito governistas. A condução dos processos no Comitê de Ética deve ficar com Érika Kokay, também do PT, uma das mais combativas oposicionistas.

O parecer de Ribeiro precisa ser aprovado pelo Comitê de Ética para que os processos disciplinares sejam abertos. Os relatores de cada caso serão escolhidos por sorteio. Cabe aos relatores intimar os acusados, que terão 30 dias para a defesa. A partir da intimação, eles não podem mais renunciar para fugir de eventual punição.

Oito dos deputados na berlinda são acusados no inquérito da Operação Caixa de Pandora de serem beneficiários do esquema de corrupção que teria Arruda como chefe. O nono deputado é Cabo Patrício (PT), que assumiu ontem a presidência da Casa na vaga de Wilson Lima (PR), o governador interino .

O petista é autor de um projeto de lei que teria o objetivo de beneficiar empresas ligadas ao ex-presidente da Câmara, Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM).

Os casos dos deputados Prudente, Júnior Brunelli (PSC) e Eurides Brito (PMDB) são considerados os mais graves, porque eles foram flagrados em vídeo recendo dinheiro. Nos bastidores, é dada como certa a renúncia dos três para escapar da cassação. Brito e Prudente negam. Brunelli não fala com a imprensa.

Os outros cinco governistas que podem responder a processo por quebra de decoro são: Benício Tavares (PMDB), Benedito Domingos (PP), Rogério Ulysses (sem partido, ex-PSB) e Roney Nemer (PMDB).