Título: Corte Constitucional põe fim a plano para nova reeleição de Uribe
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Fonte: O Estado de São Paulo, 27/02/2010, Internacional, p. A24
Decisão da Justiça enterra possibilidade de o presidente colombiano permanecer no poder
A Corte Constitucional da Colômbia rejeitou ontem a proposta de referendo que permitiria ao presidente Álvaro Uribe candidatar-se a um terceiro mandato em maio, informou a Rádio Caracol. Antes da confirmação da emissora, a versão online do jornal El Tiempo, de Bogotá já havia noticiado a possível derrota de Uribe enquanto a Corte estava reunida para decidir se aprovava ou não a consulta.
De acordo com o jornal, dos nove juízes do tribunal, oito teriam decidido barrar o referendo, acatando um parecer que vazou para a imprensa no dia 4, segundo o qual haveria irregularidades no modo como a proposta foi votada no Congresso e na coleta de assinaturas para pedir sua apreciação.
A Corte estava reunida desde a manhã e a ideia era que a decisão fosse tomada ontem. Mas fontes ligadas ao tribunal também consideravam a possibilidade de a votação ser adiada. Em entrevista, Uribe disse ontem que trabalhará pela Colômbia "de qualquer posição".
Uribe nunca disse oficialmente que gostaria de candidatar-se nas eleições de maio, mas sempre defendeu a necessidade de dar continuidade a sua política de "segurança democrática" - que reduziu os sequestros e homicídios, além da ação de guerrilheiros e paramilitares.
Eleito em 2002, ele tentou aprovar a primeira reeleição em referendo no ano seguinte. Foi derrotado, mas não desistiu - em 2004 o projeto passou como emenda constitucional no Congresso. Seu segundo mandato começou em 2006 e foi marcado por altos índices de popularidade, apesar de uma série de escândalos. Uribe chegou a ter 92% de aprovação em 2008, mas hoje tem pouco mais de 60%.
O projeto de referendo para permitir a segunda reeleição foi impulsionado por seu partido, que em março de 2008 entregou um documento com 260 mil assinaturas pedindo ao Congresso que analisasse a proposta.
Mas, pouco depois, os aliados do líder colombiano deram-se conta que, do modo como foi formulada a pergunta no abaixo-assinado, Uribe não poderia tentar um novo mandato este ano, mas só em 2014. O texto foi reformulado e aprovado no Senado e na Câmara em segunda votação (a primeira foi feita com o texto original).