Título: Petrobrás pode ficar com a MT Gás
Autor: Magossi, Eduardo ; Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/02/2010, Economia, p. B7

Ideia é atrair US$ 2 bi para unidade de fertilizantes da estatal

A Petrobrás está avaliando a possibilidade de entrar como parceira ou mesmo comprar a totalidade da distribuidora de gás natural do Mato Grosso (MT Gás) e com ela a usina termoelétrica de Cuiabá. A proposta alinhavada pelo governo federal e pelo governo do Mato Grosso visa tentar salvar o abastecimento de gás no Estado e atrair os investimentos de US$ 2 bilhões previstos para uma unidade de fertilizantes da estatal.

A informação que estava circulando entre fontes do setor há algumas semanas, foi confirmada ontem pelo secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia do Estado do Mato Grosso, Pedro Nadaf. O abastecimento de gás no Estado está ameaçado pelo vencimento do contrato para receber o gás boliviano - que terminava no dia 28 de fevereiro, mais foi prorrogado até o dia 20 de março.

O governo boliviano se nega a renovar o contrato porque não quer manter relações comerciais com as empresas Ashmore e Shell, controladoras da Empresa Pantanal de Energia, proprietária da usina térmica local. Em discurso esta semana sobre o assunto, após visita a Cuiabá, o presidente da estatal boliviana YPFB, Carlos Villegas, deixou nítida a preferência por relações comerciais diretas com a Petrobrás.

"Encaminhamos à Petrobras três possibilidades: que ela passe a fornecer o gás, participe da composição acionária da usina, ou mesmo que arremate a usina. Nesse caso, o governo estadual do Mato Grosso se dispõe a abrir mão do controle acionário da sua distribuidora para que a estatal possa desenvolver este mercado", disse o secretário.

Procurada para esclarecer seu posicionamento na negociação, a Petrobrás informou por meio de sua Assessoria de Imprensa que "não negocia pela imprensa".

Segundo fontes ligadas ao setor, a estatal tem interesse naquele mercado, apesar da baixa produtividade da usina térmica de Cuiabá. O principal motivo é a possibilidade de instalar naquela região uma fábrica de fertilizantes.