Título: Consumidores dizem que comprariam a dose exata
Autor: Toledo, Karina ; Lordelo, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/03/2010, Internacional, p. A16

Em oito farmácias e drogarias de São Paulo visitadas pelo Estado na semana passada, além de três grandes redes do varejo farmacêutico, nenhuma tinha disponível medicamento fracionado. "Não faz sentido ter remédio fracionado na farmácia se não há procura. Passa a validade do remédio e a gente fica no prejuízo", disse o gerente de um dos estabelecimentos, que preferiu não se identificar. Nelson de Paula, gerente de marketing da Drogão, diz que a rede não trabalha com fracionados "porque é um processo extremamente complicado comercialmente e com muitas exigências". "Não acredito que traga benefício real ao consumidor." Mas clientes ouvidos nos estabelecimentos pensam diferente. "Com certeza seria mil vezes melhor se o médico falasse qual é a quantidade exata que a gente precisa para o tratamento e o remédio fosse vendido fracionado", diz a assistente de atendimento Heley Moraes. Embora admita que nunca tenha ouvido falar em fracionamento, o analista de recursos humanos Thiago Silva, de 24 anos, também aprova a ideia. "Quando sobra remédio na caixa, guardo por um tempo e depois jogo fora. Saio prejudicado, porque gasto mais do que preciso. Minha mãe é hipertensa e troca de medicamento com frequência por causa dos efeitos colaterais do tratamento. Depois, joga fora tudo o que sobra na cartela. E os remédios são caros." C.L.