Título: Decisão da Justiça põe mais 7 deputados na Casa
Autor: Colon, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2010, Nacional, p. A4

Por ordem do TJ-DF, parlamentares suspeitos não podem participar de votações envolvendo governador

Para afastar os parlamentares suspeitos das votações que decidirão o futuro político do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), a Câmara Legislativa do Distrito Federal vai funcionar com 31 deputados distritais ? 7 a mais do que o determinado pela Constituição.

Ao empossar os suplentes, a Casa cumprirá determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) de que os deputados envolvidos no "mensalão do DEM" não votem no processo de impeachment do governador afastado, preso na Polícia Federal desde o dia 11.

São oito os deputados citados no inquérito como beneficiários do esquema. Por esse motivo, no entendimento do juiz Vinícius Santos, esses parlamentares não estariam isentos para analisar o caso. Como Leonardo Prudente (sem-partido, ex-DEM) renunciou, sua vaga ficou aberta e será ocupada definitivamente.

Além de Prudente, estariam sob suspeição Aylton Gomes (PR), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Eurides Brito (PMDB), Júnior Brunelli (PSC), Rogério Ulysses (sem partido) e Roney Nemer (PMDB). Ao todo, além dos 24 deputados eleitos, como prevê a Constituição, outros 7 suplentes tomarão posse, sem que haja nenhuma vaga em aberto.

Os oito suplentes que devem tomar posse são Roberto Lucena, Wigberto Tartuce e Ivelise Longhi, do PMDB; Raad Massouh e Washington Gil Mesquita, do DEM; além de Joe Valle (PSB), Mário da Nóbrega (PP) e Olair Francisco (PT do B). Massouh tomará posse como efetivo, na vaga de Prudente.

LIGAÇÃO

Alguns dos suplentes também têm ligação indireta com Arruda. Roberto Lucena é irmão de Gilberto Lucena, dono de uma das empresas suspeitas de pagar propina para o esquema. Outros três ocuparam cargos estratégicos do governo Arruda: Valle, ex-diretor da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Ivelise, ex-secretária de Habitação, e Francisco, ex-administrador de Águas Claras.

Cada suplente receberá 1/30 (um trinta avos) ? do salário de R$ 12,4 mil, dos deputados distritais ? por dia trabalhado. Eles não terão direito a verba indenizatória, gabinete nem funcionários próprios.