Título: Santiago aceita ajuda da ONU
Autor: Dualib, Julia
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2010, Internacional, p. A13

Após relutância, país concorda com apoio externo

GENEBRA

Depois de uma delicada negociação, a Organização das Nações Unidas (ONU) vai ajudar o governo chileno a prestar assistência às vítimas do terremoto que, no sábado, destruiu diversas cidades das regiões sul e central do país sul-americano. Mas a intervenção não ocorreu sem um debate tenso. O Chile não quer ser visto como um país que não teria capacidade de lidar com sua própria crise.

"Acertamos as áreas em que a cooperação ocorrerá", explicou ao Estado o embaixador do Chile na ONU, Carlos Portales. Segundo ele, o envio de cooperação ocorrerá em dois setores: o estabelecimento de hospitais de campanha e refeitórios para pessoas que não podem retornar a suas casas. Todas as ações ficarão sob coordenação chilena.

Oficialmente, a ONU indica que foi o governo do Chile quem pediu ajuda. Mas, nos bastidores, as Nações Unidas vinham, desde o fim de semana, insistindo em sua oferta.

O governo chileno mostrou-se hesitante até mesmo para não deixar passar a imagem de que não dá conta de seus problemas. A situação envolvendo o Chile e a ONU ocorreu pouco menos de dois meses depois que o Haiti também foi abalado por um terremoto e a entidade foi obrigada a desembarcar com força total no país.

Ontem, a porta-voz da ONU para temas humanitários, Elisabeth Byrs, garantiu que a ONU estava "pronta para atuar".

A Cruz Vermelha já enviou US$ 280 mil em ajuda, além de especialistas. Mas a entidade também insistiu que são os chilenos quem irão conduzir toda a operação.