Título: EUA têm novo esboço de sanções contra o Irã
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/03/2010, Internacional, p. A18

Projeto prevê a ampliação da abrangência e a intensificação das punições anteriores

Os Estados Unidos estão circulando um esboço de novas e mais duras sanções contra o Irã, que se concentram nos setores bancário, naval e de seguros e agora esperam sinais da China e da Rússia de que estão dispostas a negociar as medidas, disseram ontem diplomatas do Conselho de Segurança da ONU.

A proposta de novas sanções podem ampliar a abrangência e intensificar as rodadas de sanções anteriores, adotadas desde 2006 em um esforço para convencer o Irã a deter o enriquecimento de urânio e negociar o futuro de seu programa nuclear.

Os diplomatas disseram que o projeto de novas sanções pede a completa proibição de certas transações com o Irã, enquanto que as existentes pedem aos membros da ONU que se abstenham de interagir com o Irã em algumas áreas do comércio de armas, bancário e de navegação. O foco das restrições é a Guarda Revolucionária do Irã, que controla uma vasta área dos negócios iranianos, exceto a indústria petrolífera, dizem diplomatas.

As novas sanções que estão sendo propostas buscam expandir outros aspectos das que já estão em vigor, incluindo a lista de bancos citados previamente. O projeto também busca ampliar a lista de indivíduos que são proibidos de viajar e têm seus bens no exterior congelados por suas ligações com o programa nuclear iraniano. O esboço, que tem seis páginas, cita o nome de companhias e indivíduos envolvidos nos programas nuclear e de desenvolvimento de mísseis ou que ajudaram a financiá-los. Ele também inclui a proibição de exportação de armas.

Não houve uma reação da China à proposta americana. Pequim publicamente se opõe a sanções. Mas os EUA e seus aliados esperam que o vice-secretário do Departamento de Estado James B. Steinberg obtenha apoio durante sua visita a Pequim na quarta-feira.

As medidas propostas, já negociadas entre EUA, Grã-Bretanha, França e Alemanha, devem ser amenizadas em futuras conversações. A Rússia reagiu negativamente, dizendo que as medidas eram muito duras, revelaram diplomatas ligados às negociações. Segundo o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, Moscou está preocupado com as últimas conclusões da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), segundo as quais o Irã estaria tentando desenvolver uma arma nuclear, mas ainda privilegia as negociações.