Título: Desmate cai 30% no Estado de SP; dado inclui vários tipos de vegetação
Autor: Moura, Rafael Moraes
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/03/2010, Vida&, p. A21

Houve uma redução de 30% no desmatamento no Estado de São Paulo na comparação de 2009 com o ano anterior, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Os dados divulgados ontem apontam que o desmatamento caiu de 4.743 hectares para 3.206 hectares.

Do total desmatado no ano passado, 1.813 hectares foram autorizados pelo governo. Em 2008, foi permitido corte de uma área maior: 2.636 hectares. As obras lineares, para dutos e fiação, foram as principais responsáveis pelo corte de mata em 2009 (30%). A agropecuária, que costuma ser apontada como o principal vilão dos desmatamentos no Brasil, ficou em segundo lugar, com 27%.

A polícia não distingue o tipo de vegetação desmatada em suas autuações. Mas, entre os desflorestamentos autorizados, a maior concentração foi na floresta ombrófila na Mata Atlântica - que é úmida, não perde folhas (fica sempre verde) e tem vegetação densa, com árvores de até 20 metros. Do Cerrado foram autorizados o desmate de 119 hectares. O secretário estadual Xico Graziano ressalta que houve um endurecimento para as permissões de desmate no Cerrado. Outro motivo para conseguir reduzir a devastação foi o "aperto" a loteamentos.

Ele mostrou indicadores de recuperação de mata ciliar, que protege os rios, nos últimos anos. Em 2008, eram 247,7 mil hectares de mata ciliar em recuperação, e no ano passado o número subiu para 375,3 mil.

RESTA POUCO

A maior parte de São Paulo era coberta por Mata Atlântica, bioma que está reduzido a 11,4% de sua área original.

Ambientalistas afirmam que seria importante que o governo estadual associasse seus dados a mapeamentos precisos com imagens de satélite - para pegar o que a polícia não conseguiu. O mapeamento da Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) só consegue enxergar desmatamentos maiores do que 3 hectares. Os que ocorrem em São Paulo são menores.