Título: Cooperados recorrem ao Ministério Público
Autor: Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/03/2010, Nacional, p. A4

Dezoito líderes de cooperados que alegam ser vítimas de fraudes eestelionato da Bancoop foram buscar ajuda ontem na sede daProcuradoria-Geral de Justiça em São Paulo. Recebidos por um grupo depromotores especialistas em desvendar desfalques no patrimônio público,eles relataram por cerca de uma hora o tormento que vivem desde quedepositaram suas economias e a confiança nos projetos da cooperativaque um núcleo do PT fundou em 1996.

Durante a audiência, oadvogado Walter Picazio Júnior, em nome de oito associações de famíliasque compraram, mas não tomaram posse dos imóveis, entregou "pedido deprovidências urgentes" aos promotores - documento de 11 páginas que, aofinal, requer dissolução da cooperativa e imediato afastamento de todoo quadro diretivo. "Só assim vamos nos livrar dessa cruz e poderemosconcluir as construções com o nosso próprio esforço", disse Picazio.

Oscooperados estão revoltados. Acusam a Bancoop de fazer "terrorismo".Falam em "fraudes escancaradas". Citam o balanço 2008 que revelaadiantamentos a fornecedores e no qual a Bancoop admite que repassessão relativos "a pagamentos efetuados a terceiros, de 2001 a 2005, semidentificação do correspondente documento comprobatório do serviçoprestado ou material adquirido".

"Esta representação é de teorpraticamente idêntico ao que já foi feito em 2006 por uma comissão decooperados e que motivou ação civil pública da promotoria", declarou oadvogado Pedro Dallari, da Bancoop. A ação resultou em acordo judicialentre o Ministério Público e a Bancoop. "O acordo vem sendorigorosamente observado pela cooperativa", explicou Dallari.