Título: Senador teria dado dinheiro público a empresas de comunicação na Paraíba para ter notícias favoráveis a ele
Autor: Charleaux, João Paulo
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/03/2010, Internacional, p. A15
Pacientes que se recuperam em instalação militar no litoral sofrem novo choque emocional com terremoto
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A reportagem do Estado chegou ao local a bordo de um helicóptero da Força Aérea que levava equipamentos médicos para o principal hospital da região. "As réplicas pioram os casos de estresse e dificultam a superação dos traumas entre nossos pacientes e seus parentes", disse o psiquiatra da Força Aérea chilena José Lagos, que há duas semanas atende na região. "Muitas pessoas têm pensamentos obsessivos com o terremoto, sofrem de insônia, agressividade, falta de apetite e outros problemas emocionais."
Juan Figueroa García, mergulhador que vive da coleta de mariscos, é um dos pacientes em estado grave no hospital de campanha. O terremoto do dia 27 jogou-o contra uma janela de sua casa. Juan teve músculos, nervos e artérias cortados e passou ontem por uma complexa cirurgia de reconstrução. "Tenho uma dor desesperadora e sinto meus nervos puxando", dizia contorcendo-se na maca. Os médicos dizem que Juan demorará um ano para recuperar-se.
O hospital tem também pacientes amputados, que tiveram seus ferimentos agravados pela falta de atendimento imediato após o terremoto de 8,8 graus na escala Richter que devastou a costa chilena no mês passado.
Mais da metade das instalações do hospital está condenada. A réplica de ontem - de 6,9 graus na escala Richter e com epicentro em Rancagua - fez com que muitos médicos que trabalham no local não quisessem voltar para atender. Eles temem que o edifício venha abaixo nos próximos dias. Segundo sismólogos, as réplicas podem ocorrer até dois meses depois de um terremoto.
Após o tremor de ontem de manhã, sentido com mais intensidade na região central do Chile, as emissoras de rádio, o principal meio de comunicação da região, deram um alerta de tsunami e recomendaram que os moradores se deslocassem para as zonas mais altas.
VISITA DE PIÑERA
Logo após sua posse, ontem, o novo presidente chileno, Sebastián Piñera, de centro-direita, viajou para Rancagua (a 80 quilômetros de Santiago). Na região, o tremor não fez novas vítimas, mas muitos estavam em pânico. Havia cortes de luz e pequenos danos em algumas construções. Ele declarou estado de catástrofe.
Piñera também deveria viajar ontem para Constitución, uma das cidades mais afetadas pelo tsunami que ocorreu após o terremoto do dia 27. Lá, sua agenda incluía a assinatura de decretos de emergência para acelerar a reconstrução da cidade. "Não seremos o governo do terremoto, mas o da reconstrução", disse o presidente chileno ontem. Ele firmou um decreto concedendo US$ 80 a crianças de famílias pobres. COM AFP