Título: Mais afetados pela crise, indústria e investimento retomam crescimento
Autor: Dantas, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/03/2010, Economia, p. B1

A indústria e os investimentos, que derrubaram o PIB brasileiro em 2009, também são os setores que lideram a retomada a partir do quarto trimestre.

O PIB cresceu 2% no último trimestre do ano passado, comparado ao terceiro, já levando em conta ajustes sazonais; e 4,3% comparado ao mesmo período de 2008.

Em relação ao terceiro trimestre, a indústria cresceu 4% e os investimentos (formação bruta de capital fixo, FBCF) aumentaram 6,6%. Outros destaques, nessa base de comparação, foram as exportações, com alta de 3,6%, e as importações (que reduzem o PIB), com avanço de 11,4%. Ante o quarto trimestre de 2008, o maior crescimento no último trimestre de 2009 foi o do consumo das famílias, com 7,7%, seguido do consumo do governo, com 4,9%.

Em comunicado, o economista Guilherme da Nóbrega, do Itaú Unibanco, nota que o crescimento de 6,6% dos investimentos no último trimestre de 2009 corresponde a uma taxa anualizada de quase 30%.

Ainda assim, por causa da fortíssima queda inicial em função da crise, os investimentos caíram quase 10% em 2009 (ver ao lado), e a taxa de investimentos recuou para 16,7% do PIB, comparada a 18,7% em 2008.

Em 2009, a indústria da transformação recuou 7%, e as maiores quedas incluíram setores ligados a investimentos, como máquinas e equipamentos, metalurgia, siderurgia, materiais elétricos, equipamentos de comunicação e caminhões. As máquinas e equipamentos, incluindo importações, foram o pior componente dos investimentos em 2009, recuando 13,1%. Já a construção civil, outro componente dos investimentos, recuou 6,4%.

Na recuperação da indústria no último trimestre do ano passado, o destaque foi a extrativa mineral, com alta de 5,6%. A produção do minério de ferro voltou a crescer, registrando 1,8% na comparação com o quarto trimestre de 2008, mas ainda assim recuou 22,3% no ano. No quarto trimestre, a indústria da transformação cresceu 5,6%, e a construção civil, 2,6%. F.D.