Título: De computadores à casa própria
Autor: Landim, Raquel
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/03/2010, Economia, p. B10

A cadeia do consumo está bem clara na vida do microempresário RenatoCoroker, de 40 anos, que vende e recicla produtos de informática nacapital paulista. Com dinheiro na mão e crédito, os clientes apareceramcom mais facilidade na loja. Levaram equipamentos novos e usados egarantiram a Coroker e a mulher, Fernanda Graciola, de 39 anos, um novoapartamento.

No ano passado, eles compraram o segundo imóvel ereformaram o antigo. Só a reforma custou R$ 30 mil e foi toda paga nocartão de crédito, sem financiamento. "A crise não abalou a autoestimado brasileiro e isso foi fundamental para que a gente continuasseconsumindo."

Formado em publicidade e atento às movimentaçõeseconômicas no País, Coroker vai além de falar de seus gastos pessoais.Gosta de traçar cenários e identificar tendências enquanto está dooutro lado balcão, atendendo os clientes. "As pessoas tentaram reduzircustos, mas não deixaram de comprar", diz. "Logo no início da crise, aprocura por equipamentos usados aumentou muito, por exemplo, e acaboucompensando o que deixei de vender de aparelhos novos." Esse movimentose deu sobretudo entre clientes corporativos.

Em casa, com amulher, ele conta que o raciocínio foi o mesmo. No supermercado,trocaram marcas mais caras por outras nem tanto e mantiveram os gastoscom as compras do mês. Para 2010, o casal está confiante e faz planosde viajar mais.