Título: Aeronáutica diz que não lhe cabe decisão política sobre caças
Autor: Varella, Juca ; Sant´Anna, Lourival
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2010, Internacional, p. A12

Em ofício a Jobim, Alto Comando afirma que, sob aspecto técnico, Rafale, Gripen e F-18 atendem à necessidade da FAB

Após dois dias de reuniões em Brasília, o Alto Comando da Aeronáutica entregou ontem ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, um ofício-resposta em que diz que não é da competência da Força Aérea a decisão política de escolher o novo caça. Na mesma resposta, a FAB reitera que, nos aspectos operacionais e logísticos, os três modelos que participam da concorrência - Gripen, F-18 e Rafale - atendem à Aeronáutica.

Dessa forma, a FAB endossa a possibilidade de o governo escolher o Rafale, da Dassault, mesmo sendo o mais caro dos três concorrentes. Tanto Lula quanto Jobim já disseram em público que a preferência é pelo caça francês porque a Dassault oferece o melhor pacote de transferência de tecnologia.

Depois de avaliar o relatório da comissão da FAB, que analisou os três caças finalistas e pontuou o Gripen em primeiro lugar, o F-18 em segundo e o Rafale em terceiro, Jobim decidiu fazer uma avaliação própria, dentro da estratégia da política de defesa. Sua análise tem como premissa básica a necessidade de o País se capacitar e desenvolver tecnologicamente, o que só é possível com transferência de tecnologia (oferecida de forma irrestrita pela França).

Para os oficiais, o importante é que a questão seja resolvida o mais rapidamente possível, com a opção de compra de qualquer um dos três modelos. Os brigadeiros temem que a decisão acabe sendo atropelada pela campanha eleitoral e o desfecho seja adiado mais uma vez - o assunto se arrasta desde o segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2002).

Ontem mesmo o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, entregou ao ministro da Defesa a resposta da FAB. Jobim vai agora preparar um relatório, que será entregue ao presidente Lula - ele volta da viagem ao Oriente Médio neste fim de semana. O relatório será levado ao Conselho Nacional de Defesa, a ser convocado pelo presidente Lula.

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16 Walter Reis Lopes 18 de março de 2010 | 15h 33

Pelo que já li sobre o tema, a melhor escolha recairá sobre o F18. Não obstante, creio que sem garantia absoluta da transferência da tecnologia de ponta, pertinente, a melhor escolha será sobre o construtor que assim o prometer e garantir. Neste caso, creio que a melhor escolha será sobre o caça francês. Advirto que o governo brasileiro tenha em mente que não existe país amigo, e sim parceiros em interesses comuns e mometâneos. Nunca votei no candidato Lula nem pretendo votar em ninguem do PT ou dos partidos comunistas. Principalmente em guerrilheiros confessos. No entanto, recolheço a grandeza moral do Presidente Lula em continuar com a política econômica, financeira e social (Bolsa Família) do ex-presidente Fernando Henrique. Na compra dos caças creio que ele está no caminho certo. Apesar dessa minha posição, meu ego de brasileiro só será realmente alimentado quando o Brasil for capaz de produzir suas próprias armas, para deixar de ser um paiseta para ser uma verdadeira potência econômica e militar. Enfim, o País sonhado pelo Visconde de Mauá. E por mim também