Título: Projeto original previa alagamento de área maior
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2010, Economia, p. B4

Plano propunha alagar área de 1,2 mil km quadrados, mas revisão reduziu área do reservatório para 516 km quadrados O Estadao de S.PauloO presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que o projeto original da Usina de Belo Monte previa o alagamento de uma área de 1,2 mil quilômetros quadrados. O reservatório, porém, atingia áreas indígenas e foi reprogramado para uma área bem menor, de 516 quilômetros quadrados.

O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, porém, destacou que mesmo no caso do desenho original, com mais do que o dobro de área submersa, Belo Monte ainda produziria bem menos energia na seca, já que as mudanças drásticas de vazão são uma característica dos rios amazônicos. "No Rio Xingu não haveria lugar para fazer um reservatório que mudasse isso significativamente. E não precisa", destacou o presidente da Eletrobrás.

Segundo o presidente da EPE, a oscilação na produção de energia tampouco vai gerar problemas no bolso dos investidores que vencerem o leilão de concessão da hidrelétrica, previsto para abril. "O vendedor (da energia de Belo Monte) tem o contrato. A receita dele é dada pelo contrato e é praticamente a mesma durante todo o ano."

Preço. O governo anunciou no início do mês o aumento em cerca de 19%, de R$ 68 para R$ 81 por megawatt/hora (MWh), do preço-teto da energia para o leilão da Belo Monte. A licitação deve ocorrer, ainda de acordo com o governo, no mês que vem.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que esse é o valor que consta da revisão feita pela Empresa de Pesquisa Energética nos cálculos econômicos da usina.

Na mesma ocasião, Lobão disse ainda que também o custo total da obra foi recalculado, de R$ 16 bilhões para pouco menos de R$ 20 bilhões. / L.G.