Título: Política econômica será mantida, reitera Marina
Autor: Ferreira, Venilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/03/2010, Nacional, p. A10

Segundo candidata do PV, é preciso apostar nos investimentos, mas sem descuidar do controle da inflação

Pré-candidatado PV à Presidência, a senadora Marina Silva (AC) reiterou ontem que,se eleita, preservará conquistas obtidas pelas políticas econômicas dosgovernos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, emrelação ao controle da inflação e à autonomia do Banco Central.

No Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico, ontem em Cuiabá,Marina elogiou o fato de nesta semana o Comitê de Política Monetária(Copom) não ter elevado a taxa de juros. "É preciso apostar nosinvestimentos", receitou. Ela destacou o superávit primário, quepermitiu ao Brasil "atravessar o momento difícil de crise financeirainternacional. Ela fez os comentários sobre política econômica aocomentar a suposta "tucanização" de sua candidatura, após adesão deeconomistas como Eduardo Gianetti da Fonseca, Paulo Sandroni e José Elida Veiga.

Também afirmou que o PV não faz "policiamentos", lembrando que noRio o candidato do partido ao governo do Estado, deputado FernandoGabeira, terá apoio do PSDB, enquanto no Acre o PV deve apoiar oindicado pelo PT.

Marina disse não entender o que significa "essa história deneoliberalismo verde que está sendo inventada". Segundo ela, o objetivoé elaborar um programa com coerência interna e externa, com base nosprincípios do que será o novo modelo da economia de baixo carbono.

Constituinte. Em relação ao pré-sal, Marina vê risco de o processoeleitoral contaminar as discussões sobre a distribuição dos royalties.Ela defendeu o adiamento das decisões para 2011, deixando que o assuntoseja analisado "à luz da reforma tributária". E defendeu a convocaçãode uma Assembleia Nacional Constituinte, cujos deputados e senadoresteriam mandato de seis meses para elaborar as reformas tributária,trabalhista e política.

Em relação à mais recente pesquisa CNI/Ibope, em que aparece quartolugar na corrida presidencial, com 6% das intenções de voto, Marinadisse que vê o resultado como positivo. "A candidatura do PV tem apenasseis meses e outras candidaturas, com cabos eleitorais muito fortes,levaram muito tempo de para sair do 1% para 5%", comparou. "A únicanovidade em seis meses é a pré-candidatura do PV. A exposição dosoutros partidos, que têm a máquina de governo, é muito mais forte.Temos um projeto nacional que sai da polarização plebiscitária PT ePSDB."