Título: Petrobrás lucrou R$ 28,9 bilhões em 2009
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/03/2010, Economia, p. B1

Resultado apresentou queda de 12% em relação ao ano anterior, mas superou o das concorrentes no mercado internacional

APetrobrás teve lucro líquido de R$ 28,982 bilhões em 2009, com queda de12% em relação ao ano anterior. O desempenho, que teve forte impacto davalorização do real no ano, foi melhor do que o anunciado pelas suasconcorrentes internacionais. Durante entrevista para anunciar oresultado, a companhia anunciou que vai investir de US$ 200 bilhões aUS$ 220 bilhões entre 2010 e 2014. O plano para 2009/2013 previa US$174,4 bilhões.

"Esse foi o valor aprovado hoje pelo conselho de administração evamos trabalhar agora para definir os projetos", disse o diretorfinanceiro da companhia, Almir Barbassa. Ao final do período, a empresaespera ter atingido uma produção total de 3,655 milhões de barris depetróleo e gás por dia - 90% no Brasil.

Em sua última reunião como presidente do conselho, a ministra-chefeda Casa Civil, Dilma Rousseff, aprovou a revisão do orçamento de 2010para R$ 88,5 bilhões, próximo aos R$ 85 bilhões que tinha divulgado naúltima semana. O conselho da empresa aprovou ainda a oferta de R$ 264,8bilhões em projetos para o PAC 2, em elaboração no governo. O executivonão detalhou quais projetos serão incluídos no programa, que terádestaque para a área de exploração e produção, responsável por R$ 163,5 bilhões do total proposto.

Em 2009, a companhia investiu R$ 70,8 bilhões, com crescimento de33% em relação a 2008. O balanço do ano passado confirma expectativasdo mercado, que apostava em pouco impacto da queda do preço do petróleonas finanças da estatal. Isso porque os preços dos combustíveispassaram o ano acima das cotações internacionais. O petróleo usado paraproduzir os combustíveis, porém, esteve mais barato do que no anoanterior, garantindo uma maior margem.

"Isso demonstra a consistência de nossa política de preços, que nãotransfere ao mercado doméstico a volatilidade do mercado externo e aomesmo tempo mantém o caixa da empresa mais estável, compatível com arealidade de investimentos", comentou Barbassa.

A manutenção dos preços, aliada à alta da produção, garantiria àcompanhia um resultado melhor do que em 2008. A "diferença básica",porém, foi o câmbio. Em 2008, por causa da queda de 30% do real ante odólar, os ativos da estatal no exterior perderam valor em reais, comimpacto negativo nas finanças. Em 2009, a valorização de 25% do realcausou efeito contrário. "Os dois anos foram bem diferentes no que dizrespeito ao câmbio."

A Petrobrás fechou 2009 com dívida de R$ 100,3 bilhões, após umrecorde de captação de R$ 74,3 bilhões no ano. Barbassa garantiu,porém, que o valor é administrável, uma vez que o prazo para pagamentofoi alongado de uma média de 4,2 anos para 7,5 anos. "Há mais tempopara aumentarmos a geração de caixa e fazermos as amortizações."