Título: Royalties ajudaram no avanço social no Rio, mas ritmo é lento
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/03/2010, Economia, p. B8
Umadécada de incremento da receita com o petróleo ajudou o Rio a entrar noseleto grupo de Estados de alto desenvolvimento humano, ao lado de SãoPaulo e Paraná. Mas os avanços sociais ainda são lentos e heterogêneos.
É o que mostrou o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM),realizado no ano passado com base em dados de 2006. Elaborado pelaFederação das Indústrias do Rio (Firjan), avaliando emprego e renda,saúde e educação, o índice subiu 3,1% entre 2005 e 2006, superando amarca de 0,8 da faixa de alto desenvolvimento. Mas o desempenho médiodos outros Estados foi de 3,5%.
No ranking dos 100 municípios com melhor qualidade de vida do País,o Estado do Rio contribuiu com nove. Mas apenas um deles é da lista dosque mais recebem royalties do petróleo. Para a Firjan, Macaé é hoje amelhor cidade do Rio para se viver e a 34° do País. Apesar docrescimento desordenado provocado pelo magnetismo das basesoperacionais da Petrobrás e de outras empresas do ramo, a cidade é aque tem os melhores indicadores de saúde e educação. Porém, é a quegera menos emprego.
Sem atrair empregos com os royalties, Campos do Goytacazes, querecebeu quase o dobro de Macaé em 2006, ficou em 11.° lugar. Carapebusteve a 66.° colocação e Búzios, a 49.°. Já a pequena Quissamã sedestacou em 15.° lugar. Além de Macaé, apenas Rio das Ostras teve arealidade alterada pela indústria do petróleo. Muitos vêm trabalhar emMacaé, mas preferem viver na cidade vizinha, que tem respondido melhoraos desafios.
O prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar (PMDB), gostade ter a cidade como bom exemplo do uso dos royalties, mas admite queainda precisa de uma década para universalizar os serviços básicos.
"O problema é a velocidade. A população dobrou em 5 anos. Possoconstruir escolas com os royalties, mas não pagar os professores. Afolha de pagamento fica com quase toda a receita própria. Só tenhoroyalties para investir. Se sumirem, acaba tudo. Vão ter de nossocorrer mais tarde, talvez tarde demais", disse.