Título: Desemprego tem a menor taxa para o mês de fevereiro
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/03/2010, Economia, p. B3

Taxa subiu para 7,4%, mas é a menor para o mês desde o inicio da pesquisa, em 2002, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas

O mercado de trabalho metropolitano apresentou, em fevereiro, geração de vagas recorde para o mês, aumento da renda e da formalidade e taxa de desemprego abaixo do esperado por analistas. A taxa, de 7,4% veio um pouco acima da verificada em janeiro (7,2%) como ocorre tradicionalmente nesta época do ano, mas foi bem inferior à fevereiro do ano passado (8,5%).

Para o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o cenário econômico favorável está garantindo um novo patamar para a taxa de desemprego no País, com recordes. O resultado de fevereiro foi o mais baixo para o mês desde o inicio da série histórica da pesquisa, em 2002. Segundo levantamento da Agência Estado, os analistas do mercado financeiro esperavam, em média, 7,7%.

Segundo Azeredo, a taxa é a mais baixa para o mês em todas as seis regiões pesquisadas. Não houve ampliação no número de desocupados. Para ele, os dados mostram que, pelo menos por enquanto, o mercado está absorvendo, e não está dispensando, os temporários contratados no fim do ano passado.

A criação de 725 mil vagas em fevereiro, ante igual mês do ano anterior, foi recorde para o mês na série histórica, elevada para 21,670 milhões o número de ocupados nas seis principais regiões metropolitanas. O número de desocupados caiu 11,3% na mesma comparação, para 1,72 milhão.

De acordo com Azeredo, outro dado importante da pesquisa é que o número de empregos com carteira assinada aumentou 6,4% em fevereiro ante igual mês de 2009, com mais 598 mil vagas formais de um ano para outro. O número de empregos sem carteira caiu 1,4% no período.

Ele destacou também a continuidade do aumento do poder de compra dos trabalhadores, já que a renda média real chegou a R$ 1.398,90 no mês, com aumento em todas as bases de comparação. Segundo o gerente, a alta reflete o aumento da formalidade, já que o emprego com carteira costuma pagar salário melhor.

O analista da Tendência Consultoria, Bernardo Wjuniski, avalia que a pequena elevação da taxa de desemprego de janeiro para fevereiro reflete o aumento da procura por emprego, como resultado do cenário favorável do mercado de trabalho. A perspectiva favorável em relação à recuperação da atividade contribuiu para esse movimento.

A economista do Santander Luiza Rodrigues considera que os bons resultados do mercado de trabalho metropolitano em fevereiro refletem a força do mercado interno, mas também alguma recuperação do mercado externo. A expectativa é que os dados do emprego prossigam favoráveis neste primeiro semestre.

Indústria. Azeredo avalia que o único possível resquício da crise ainda presente no mercado de trabalho metropolitano refere-se ao desempenho industrial em São Paulo. Responsável por cerca de 40% da ocupação nas seis regiões, o mercado paulista teve desemprego de 8,1% em fevereiro, com queda de 3,9% (72 mil vagas) ante igual mês de 2009. Apesar da queda, na média das seis regiões o setor industrial elevou a ocupação em 2,1% ante fevereiro de 2009, com 73 mil vagas.